quinta-feira, 17 de abril de 2008

CRIME EM PORTUGAL

Há mais de mil crimes por dia em Portugal. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, verificaram-se 391.611 casos de crimes participados às forças de segurança - mais de mil por dia. Apenas alguns dados foram avançados pelo ministro da Administração Interna, esta terça-feira, em conferência de imprensa, deixando para o final do mês a divulgação pública do documento na íntegra.
Como já era do conhecimento público regista-se, em 2007, uma diminuição de 10,5 por cento da criminalidade violenta e grave - correspondendo a um decréscimo de 2.587 crimes -, relativos a homicídios e violações, e a um aumento da criminalidade participada, quando comparada com dados de 2006.
Após reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, em São Bento, presidida pelo primeiro-ministro, Rui Pereira preferiu referir-se a este aumento na criminalidade geral como uma «estabilização», por se verificar apenas um acréscimo de 0,1 por cento, que corresponde a um aumento de 535 casos.
Rui Pereira apontou ainda um aumento de 34 por cento nos crimes de carjacking - roubo de carros na estrada com ameaça de armas de fogo -, tendo subido de 365 para 488 casos, como o PortugalDiário tinha já avançado, reiterando as medidas que estão a ser planeadas, no âmbito tecnológico, contando com a intervenção de produtores e vendedores de automóveis.
Antes da conferência de imprensa que juntou o ministro da Administração Interna, o ministro da Justiça e o secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, a TVI tinha já avançado alguns dados constantes no relatório. A corrupção e o tráfico de armas proibidas aumentaram, tal como os roubos na via pública, com esticão, e os assaltos a postos de abastecimento de combustível.
Já a delinquência juvenil, segundos os dados divulgados pelo MAI e Ministério da Justiça, verificou um decréscimo de 3,6 por cento, e a criminalidade grupal uma diminuição de 7,1 por cento. Os dados atestam, também, que a delinquência juvenil verificou um decréscimo de 3,6 por cento (menos 206 casos).
Contrato local da segurança
Rui Pereira mencionou ainda algumas orientações estratégicas, inscritas pela primeira vez no relatório de segurança, esclarecendo a necessidade de cooperação com as autarquias, através de contrato local de segurança.
Questionado pelos jornalistas sobre este documento, Rui Pereira explicou que «os custos serão partilhados com as autarquias, já que estes contratos implicam uma co-responsabilização» entre Governo e município e que cada um será objecto de um protocolo pormenorizado, tendo em conta as especificidades de cada concelho.
«O Governo enviou um modelo geral de contrato local de segurança, que está a ser analisado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses e que depois será objecto de pormenorizações nos vários municípios». Rui Pereira acrescentou ainda que o Governo fará uma aposta na «videovigilância» que, em colaboração com as autarquias, será instalada em vários locais do país.
Por: Judite França